Com a chegada de um ano novo, é comum que pessoas e organizações desenhem novos projetos e metas. Afinal, qual seria o momento ideal para apostar em novos objetivos senão o final e o início de um novo ciclo? Será que a acessibilidade com/para pessoas Surdas e com deficiência faz parte desse planejamento?
Pensando nisso, separamos algumas sugestões para você lembrar de colocar a acessibilidade como uma das metas para seu novo ano. Vamos lá?
Mas antes, o que é acessibilidade? E qual a sua importância?
Acessibilidade é um conceito simples de se entender: ela é uma condição na qual todas as pessoas podem ter livre acesso e utilizar espaços, serviços e informações em equidade. Ou seja, em igualdade de oportunidades.
E como promovê-la? Através de letramento e da oferta de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, audiodescrição, legendagem entre outros. Assim, é possível eliminar barreiras físicas e comunicacionais, promovendo o acesso a conteúdos culturais e informativos, espaços de trabalho e eventos.
Isso é de extrema relevância, pois, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem cerca de 18,9 milhões de pessoas com deficiência – quase 10% da população brasileira. Mesmo assim, são pessoas que lutam diariamente para terem seus direitos de acesso garantidos. Apesar da existências de leis que garantem a participação dessas pessoas, como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e muitas outras, diversos espaços não estão adaptados adequadamente.
Assim, a acessibilidade vem sendo uma pauta cada vez mais frequente, tanto em espaços corporativos quanto no meio artístico, cultural e informativo. Isso se deve principalmente ao fato das pessoas com deficiência estarem lutando cada vez mais por seus direitos, mas ainda sim essa luta está longe de acabar.
Para falar de acessibiliade, é preciso começar do começo:
Existe um lema na luta das pessoas com deficiência muito relevante, que é o “Nada sobre nós sem nós!”, e para dar início às sugestões de como levar a sério a acessibilidade em 2025, precisamos estar atentos a esse lema.
Por vezes, subestimamos o poder da escuta atenta, mas é justamente a partir dela que trazemos a primeira sugestão de acessibilidade:
1- Peça o feedback das pessoas com deficiência!
Isso mesmo, incluir pessoas com deficiência na modificação de um espaço ou no desenvolvimento de um projeto é essencial. Afinal, quem são as melhores pessoas para apontar barreiras, senão aquelas que as enfrentam todos os dias?
Soluções criadas com base nas perspectivas profissionais e nos apontamentos das próprias pessoas com deficiência promovem soluções muito mais efetivas.
Mas como?
– Crie espaços de diálogo: converse e consulte as pessoas com deficiência sobre as suas preferências, suas necessidades e crie espaços onde possam compartilhar suas percepções livre de julgamentos ou pré-conceitos.
– Peça feedback: pergunte às pessoas com deficiência o que acharam das soluções de acessibilidade que você tenha contratado e esteja aberto a possíveis críticas e sugestões de melhoria;
– Inclua as pessoas com deficiência: não apenas em datas especiais ou eventos em alusão às pessoas com deficiência, mas em todas as frentes da sua organização ou projeto.
2- Chega de soluções de acessibilidade “receita de bolo”!
Cada espaço, cada projeto tem características e planejamentos específicos, desde seu desenho até a execução, certo? Então por que a acessibilidade se resolveria através de uma fórmula única?
A verdade é que, ao adotar soluções genéricas, você pode acabar limitando o real alcance da acessibilidade. É necessário garantir que as soluções que você precisa sejam pensadas e entregues por profissionais devidamente competentes, que vão garantir o resultado que você precisa: o pleno acesso à informação e a participação ativa desse público.
E como fazer isso?
– Fale com quem entende do assunto: se você não sabe muito bem do que precisa, não tenha medo de procurar o apoio de profissionais especializados que possam identificar as barreiras e oferecer soluções realmente condizentes.
– Pense na acessibilidade desde o início: não deixe para “lembrar” da acessibilidade às pressas, no fim do projeto. Quando você pede ajuda desde o início, ainda no planejamento, a chance de ter menos custos, menos dor de cabeça e um resultado de qualidade são infinitamente maiores.
– Contrate profissionais realmente qualificados: por ser um tema relativamente novo, é comum que muita gente não saiba avaliar a qualidade dos recursos de acessibilidade contratados. Assim, peça referências, portfólio, feedback e tome cuidado para não contratar quem promete uma coisa e entrega outra.
3- Promova acessibilidade nas suas atitudes
O capacitismo, ou seja, o preconceito em razão da deficiência, se manifesta em um conjunto de práticas e atitudes que reforçam a exclusão, a descriminação e a invisibilidade de pessoas com deficiência.
Transformar a forma que falamos, agimos e nos relacionamos com as pessoas, é capaz por si só de começar a construção de um ambiente de equidade, respeito e inclusão. Para isso, é preciso conhecer e desconstruir preconceitos, estereótipos e crenças limitantes, além de atualizar o vocabulário e eliminar, de vez, palavras e frases ofensivas e que reforçam visões preconceituosas.
Como posso fazer isso?
– Promova ações educativas e de sensibilização: se você não convive com pessoas com deficiência a nível diário e em relações de equidade, busque por ações que promovam esta aproximação. Somente através do convívio e do livre diálogo é possível dar um pontapé para uma transformação de verdade!
– Contrate treinamentos: seja para a produção de conteúdos acessíveis ou para promover um atendimento ao público mais inclusivo. Conte com empresas que possam entregar conteúdos que realmente façam sentido para você, seu projeto ou organização. E nada melhor do que aprender para ter autonomia.
– Não tenha medo de errar: medo de errar é coisa do passado. Mas ainda é comum que o medo faça as pessoas travarem na hora de se aproximar de pessoas com deficiência. No entanto, todo aprendizado envolve erros e acertos. Estar ciente disso e ter humildade para aprender é um dos passos mais importantes para promover inclusão.
Transforme 2025 em um ano mais inclusivo na sua organização ou nos seus projetos!
Que tal colocar a acessibilidade em suas metas de ano novo?
Essas foram algumas sugestões para você começar esse ciclo que se inicia com novos objetivos e práticas de acessibilidade e inclusão! A partir delas você pode tornar a sua comunicação cada vez mais acessível, equitativa e respeitosa para todas as pessoas, sem exceção.
Se você quer tornar seus conteúdos, projetos ou espaços organizacionais mais acessíveis e inclusivos em 2025, a Inclua pode te ajudar. Através de soluções em tradução audiovisual acessível, intérpretes de Libras e ações educativas fazemos isso acontecer. Vamos juntos?
Inclua: promover a igualdade e tornar a acessibilidade uma prática, esse é o nosso objetivo.
Texto desenvolvido por Mayara Bernardo, Jornalista. Revisão e ajustes por Hanna Beer Furtado.